DISCUSSÃO E DIVULGAÇÃO (na pandemia)

A divulgação dos dados da autoavaliação acabou acontecendo em 2020 no modo remoto. Assim, pode-se colocar que, estruturalmente, o que são considerados aspectos positivos do PPGMC apontam para dois modos de reflexão. Primeiro, debater as questões que são observáveis por critérios quanti-qualitativo a partir das discussões e propostas de autoavaliação da área. E, outro caminho que deve ser percorrido, é discutir as críticas e acertos elencados a partir de uma certa subjetividade que, por seu lado, tem demonstrado um esforço de superação das situações “adversas” que, de modo geral, emergem das condições de trabalho acadêmico no país.

Começando por estes critérios, digamos, subjetivos, é possível compreender que o Mídia e Cotidiano é visto como um Programa que estimula a cooperação, que tem tratamento horizontal, que é transparente e participativo em suas decisões e que este conjunto contribui, decisivamente, para a permanência do corpo discente e a qualificação das pesquisas desenvolvidas no âmbito do que se propõe. Também são apontadas positivamente as especificidades do seu campo de pesquisa, a “descoberta” da relação mídia e cotidiano, sua contribuição para a qualificação profissional particularmente no âmbito regional, e o estímulo à participação da vida acadêmica qualificada.

Tais diagnóstico, é claro, só se sustentam em cruzamento com os indicadores objetivos, já que são estes que constroem e garantem estas percepções. Neste sentido, a continuidade do processo de autoavaliação impõe uma nova e ampla codificação e tabulação dos dados, inclusive porque, após o envio do Relatório Quadrienal do Sucupira, haverá um retorno dimensionado na comparação com outros Programas da área. Trata-se, sabemos, de um indicador muito definitivo. No entanto, nossa expectativa, pelos esforços empreendidos – da área toda, ressalte-se – é a da continuidade desse processo, nos seus desdobramentos mais refinados.

Ações/Diretrizes decorrentes da Autoavaliação

De imediato, foi possível observar que há maior clareza quanto a apontar questões que são diretamente ligadas ao Programa, tanto pelas avaliações dos docentes, discentes, egressos e Secretaria, sendo que este último, por ser um funcionário recente e já colocado em “home office”, as contribuições ficaram muito restritas à sua relação direta com os discentes nos processos seletivos e no cotidiano do Programa (solicitação de documentos, informações etc). Já em relação às ações e diretrizes decorrentes da Autoavaliação, uma que foi possível implementar ainda em 2020 está ligada ao Recredenciamento. Para este foi indicado, primeiro, uma Comissão que fosse formada com dois professores externos à UFF e apenas um participante do PPGMC. Outro aspecto foi que esse processo já incorporou os indicadores de qualidade docente definidos pela Comissão, inclusive houve espaço para a autoavaliação em cotejo às demandas e expectativas do Mídia e Cotidiano e do que colocam a área e a UFF. Por exemplo, os parâmetros – ruim, regular, bom e muito bom – espelharam indicadores do Documento de Área.

Não menos relevante, o diagnóstico da Comissão de Avaliação indicou as áreas prioritárias do PPGMC que não estavam representadas em termos de pesquisa docente. Nesse sentido, a Comissão de Credenciamento incorporou dois professores colaboradores que pesquisam, um, Fotografia e, outro, Jornalismo Internacional. Esses novos perfis foram delineados pela revisão do volume de projetos de pesquisa que focam esses “objetos/temas”, indicando, com clareza, uma demanda a ser preenchida. Tais docentes, vale esclarecer, não atingiram a pontuação mínima de produção intelectual qualificada que foi estabelecida pelo Edital, mas, por outro lado, nas entrevistas, evidenciaram disposição para tanto, além de evidente adequação dos projetos de pesquisa. Enfim, teremos um ano para verificar os acertos e equívocos dessa e outras decisões relacionadas à renovação do corpo docente.

Outra mudança impactada pela autoavaliação ocorreu nos Processos Seletivos que não só ampliou o número de vagas para o Doutorado – em sintonia ao PDI da UFF que, por sua vez, está pautado pelo Plano Nacional de Pós-Graduação do Brasil – como se ampliou as cotas étnico-raciais. Outro aspecto alterado foi o processo de divulgação do Processo Seletivo, que recorreu a depoimentos rápidos de docentes e discentes, gravados em vídeo, na perspectiva de ampliar o conhecimento sobre as pesquisas desenvolvidas no Programa. Vale destacar que esse foi um diagnóstico que corroborou outros testemunhos de candidatos ao Mestrado do PPGMC.

Por último, e não menos relevante, a Comissão de Avaliação observou que há uma evidente distância, ainda, de maior consciência quanto a propostas que, de fato, permitam viabilizar mudanças substantivas considerando-se o que o Programa almeja, isto é, um novo patamar de avaliação (nota 5). Neste sentido, ficou definido que a próxima fase da autoavaliação será trabalhada neste recorte. A proposta é adensar a percepção das novas e substantivas demandas trazidas com as mudanças no sistema de Avaliação e de toda Pós-Graduação, isto é, assumir, no cotidiano das ações que se realizam no Mídia e Cotidiano, o papel cada vez mais substantivo que a Comunicação tem na estrutura social.