Allan da Conceição Jayme

Cotidiano, merchandising e interações da TV com as mídias sociais: um estudo de caso da personagem Vivi Guedes

Orientadora: Renata de Rezende Ribeiro

Resumo:

Vivemos em um mundo conectado. Com o passar dos anos, as barreiras entre o mundo online e o mundo físico estão mais híbridas. Os indivíduos, cada vez mais, tendem a interagir no mundo digital por múltiplas telas. O pensamento de Oscar Wilde (1909) que diz que “a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida” é um exemplo que debates sobre o entrelaçamento entre ficção e realidade não são atuais. A pesquisa se propõe a analisar a inserção de personagens da ficção como personalidades no mundo físico, no processo de transmidiação nas tramas da teledramaturgia brasileira e como este processo vem sendo refinado pelas empresas. Através de pesquisa combinada, entre percurso bibliográfico, enquete realizada através de questionário compartilhado nas redes sociais e análise de conteúdo, objetivamos compreender o modelo de integração entre as mídias sociais e a teledramaturgia brasileira, a partir do estudo de caso da personagem “Vivi Guedes”, da novela das 21 horas da TV Globo “A dona do pedaço (2019), contextualizando e conceituando a ideia de personagem (persona) e suas características em análise dividida em dois momentos: novela (televisão) e Instagram (rede social). O objetivo foi compreender os efeitos transmidiáticos que ocorreram durante a exibição da novela e nos intervalos do folhetim, atrelados às redes sociais digitais, com a intenção de projetar o perfil interativo deste produto televisivo para compreender e qualificar de que forma as interações do público, através das redes sociais, são captadas e utilizadas nas telenovelas.

Palavras-chave: Cotidiano; Televisão; Aplicativos de redes sociais; Transmídia; Interatividade; Personagem Vivi Guedes

Link: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25949


Adrian Busch Pereira Costa

Desafiando a heteronormatividade no YouTube: possibilidades e limitações de uma disputa cotidiana. Um estudo de caso do Canal Luci Gonçalves

Orientadora: Carla Baiense Felix

Resumo:
Esta pesquisa é sobre o potencial da utilização do YouTube para propagação de conteúdos não-heteronormativos. Em um cenário de cristalização da heteronormatividade na mídia hegemônica, pensamos na cultura digital, que tem potencial para ser um espaço mais democrático de comunicação, como um ambiente para promoção de conteúdos alternativos à heteronormatividade. Fizemos uma pesquisa bibliográfica para fundamentação conceitual da discussão baseada principalmente no pensamento feminista negro, depois um levantamento e breve análise dos canais LGBTQIA+ nesse ambiente comunicacional a fim de refletir sobre o cenário em que estão inseridas essas produções. Por fim, realizamos uma entrevista com Luci Gonçalves, produtora de conteúdo que fala de suas vivências e é uma mulher bissexual, negra e periférica. Com isso, buscamos entender melhor a produção desse conteúdo, a relação com a plataforma e com o público. Nosso trabalho pretende observar a utilização da plataforma para popularização de narrativas não hegemônicas, especificamente no que se refere à diversidade sexual e de gênero. Defendemos que as representações e expressões de mulheres lésbicas e bissexuais na plataforma são uma forma de utilizar o YouTube para projeção de vivências não heteronormativas e buscamos compreender de que forma essas mulheres usam a sua produção de conteúdo como ativismo digital. Nosso objetivo é tensionar a ideia de comunicação democrática e plural na internet a partir da identificação de padrões hegemônicos que se repetem, bem como identificar se é possível falar de empoderamento e ativismo digital LGBTIQA+ no YouTube.

Palavras-chave: Heteronormatividade; LGBTQIA+; Representação de mulheres não-hétero; Ativismo digital

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Ana Paula de Alencar

Competência crítica em informação e prática docente: uma análise sobre a relação do professor com a desinformação

Orientador: Marco André Feldman Schneider

Resumo:
Esta dissertação de mestrado situa-se no campo das alternativas de resistência e combate à desinformação. Delimita-se na relevância da Educação nesse processo, tendo o professor como agente central. O objetivo principal é investigar a relação cotidiana dos professores da Rede Municipal de Ensino de Niterói (RJ) com a informação e os desdobramentos dessa relação em suas práticas docentes, em específico no combate à desinformação. Para a pesquisa empírica valeu-se do recurso da entrevista em profundidade e para a análise dos dados, utilizou-se o método do Discurso do Sujeito Coletivo. A discussão dos resultados fundamenta-se na revisão bibliográfica de teorias sociais críticas de inspiração dialética, em especial aquelas desdobradas nos estudos sobre cotidiano, comunicação, informação e educação. Destaca-se entre os
resultados a relação predominantemente utilitária dos professores entrevistados com a informação, bem como a falta de formações e espaços de debate sobre o tema, que se desdobra em práticas pedagógicas fragmentadas de combate à desinformação. Esse resultado corrobora a hipótese inicial desta pesquisa, de que a relação do professor com a informação na sua cotidianidade é o que determina a forma e a profundidade da abordagem do tema da desinformação na sala de aula. Por isso, considera-se como necessária e urgente uma formação midiática para professores, que favoreça o desenvolvimento de competências críticas em informação, particularmente aquelas voltadas à compreensão e mediação da desinformação a partir de aplicações cotidianas de análises críticas dos textos e contextos.

Palavras-chave: Desinformação; Alfabetização Crítica Midiática; Competência Crítica em Informação; Formação de Professores.

Link: https://app.uff.br/riuff/handle/1/25246


Carolina Barreto da Silva Gaspar

A criminalização das manifestações de rua nas páginas do jornal O Globo: quando 2013 encontra 1968

Orientador: Larissa de Morais Ribeiro Mendes

Resumo:
Esta dissertação faz uma análise comparativa de como o jornal O Globo cobriu as jornadas de junho de 2013 e as principais manifestações de rua de 1968 – assassinato de Edson Luis, Sexta-Feira Sangrenta e Passeata dos Cem Mil. A hipótese central do trabalho é a de que a forma como o jornal cobriu essas manifestações em momentos tão distintos da História do Brasil muda pouco no essencial. O Globo preserva uma abordagem conservadora, e até mesmo autoritária, na cobertura das manifestações de rua. O trabalho se estrutura a partir da análise dos enquadramentos que mais se repetem em cada uma dessas coberturas, pensando seu significado e efeitos. A constatação de que há muitas semelhanças entre elas não nos impede, no entanto, de perceber que a de 2013, diferentemente da de 1968, vai se modificando ao longo do tempo conforme aumentava o contingente de pessoas que saía às ruas. Realizamos uma análise quantitativa, aprofundada por uma abordagem qualitativa, de todas as matérias referentes às manifestações publicadas entre os dias 07 e 21 de junho de 2013, 29 de março e 4 de abril de 1968, 22 de junho de 1968 e 27 de junho de 1968. Para evitar repetições desnecessárias, optamos por trazer para a redação final deste trabalho apenas a análise qualitativa das matérias mais reveladoras dos enquadramentos recorrentes. A análise quantitativa, por outro lado, foi feita em cima de todo o corpus de reportagens do período mencionado. O fato de um dos principais jornais do país manter até hoje uma cobertura de manifestações feita a partir de padrões de representação já utilizados durante a ditadura empresarialmilitar nos leva a colocar em questão os limites da nossa democracia. Afinal, a imprensa é uma importante ferramenta de orientação do cotidiano, local de construção e desconstrução de valores da sociedade. Ela contribui para pautar as conversações entre as pessoas, orientar suas visões de mundo e também interfere nas ações das instituições. Se a imprensa criminaliza as manifestações de rua, influencia no olhar da cidadania sobre elas.

Palavras-chave: cobertura; jornadas de junho de 2013; manifestações de 1968; enquadramento; representação; mídia e cotidiano

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Daniel Alves Scarcello

Através do espelho: Cotidiano e banalidade do mal em Black Mirror

Orientadora: Denise Tavares

Resumo:
Este trabalho foca a produção seriada Black Mirror, reconhecido fenômeno cultural de público e crítica. O objetivo é discutir como a série ancora (ou não) sua narrativa na “banalidade do mal” – conceito cunhado por Hannah Arendt, mas trabalhado em nosso texto em um diálogo ampliado com outros autores -, e nas relações e cenários cotidianos. Justificase o percurso da pesquisa no reconhecimento do produto audiovisual como elemento potente da cultura, em especial pela admissão de estarmos vivenciando o processo de midiatização, em que a relação mídia e cotidiano nos parece estruturante do tecido social. Nesta posição, problematizar as narrativas de uma série que reverbera em expressões acionadas no cotidiano midiático, soma-se aos esforços de localizar e compreender o papel da comunicação em uma sociedade que vivencia grandes dificuldades de superar suas desigualdades sociais. Tal lugar acionou, para nós, dois caminhos que se entrelaçaram nesta investigação. Um, que buscou levantar o “estado da arte” do seriado, identificando, em especial, como a mídia, a academia e o público (com uma breve amostragem exploratória) se relacionaram com a série. E, outro, em que empreendemos a discussão sobre a banalidade do mal e cotidiano em nosso objeto de pesquisa, observado, particularmente, por sua linguagem, narrativa, hibridização de gêneros e temáticas exploradas. Tais percursos foram realizados em diálogos com Zygmunt Bauman, Susan Neiman, Nadia Diniz, Agnes Heller, Douglas Kelnner, Jonathan Crary e John B. Thompson, entre outros. Vale ressaltar que nossa metodologia é quanti-qualitativa e se estrutura em processo dialético, isto é, parte da própria série e a ela volta, o que, na dissertação, significou apresentar, em termos quantitativos, como esse “mal” está presente nas narrativas de Black Mirror, e a destacar um episódio representativo de cada uma das três chaves argumentativas que localizamos: “Smithereens”, “Black Museum” e “Manda quem pode”. Com esse percurso metodológico acreditamos ter localizado que os elementos do cotidiano diegético em Black Mirror são reforçados por escolhas narrativas e de linguagem (audiovisual) que buscam o impacto e o choque, gerando diferentes graus de representação e reflexão sobre a banalidade do mal nos episódios da série. A pesquisa nos apresentou elementos significativos do imaginário sobre Black Mirror, e como o mesmo pode ser assimilado na vida “real”, além de mostrar como a ideia da banalidade do mal é constante no seriado, sob as mais diversas formas.

Palavras-chave: Black Mirror; Ficção seriada; Banalidade do Mal; Narrativas; Cotidiano.

Link: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21679


Daniel Reis Romero de Souza

A  réplica progressista ao discurso conservador evangélico rumo às eleições de 2020: o Instagram como arena de disputa política entre os pastores Silas Malafaia e Henrique Vieira

Orientadora: Patrícia Saldanha

Resumo:
As igrejas pentecostais e neopentecostais desenvolveram meios de apropriação midiática e política como forma de poder, gerando para um segmento evangélico mais espiritualizado uma percepção de que a igreja perdeu o seu rumo. O pastor batista Henrique Vieira aparenta fazer parte de um movimento contrainstitucional que se insurge em oposição ao rumo tomado pelas igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais e se contrapõe ao discurso hegemônico de seus líderes através das redes sociais digitais. A partir da metodologia da análise crítica do discurso, o objetivo geral é aferir se há relação entre a fala do pastor Henrique Vieira e a formulação de um discurso contra-hegemônico, e ainda, se há confronto entre o aparente discurso de resistência e o discurso hegemônico político e religioso, ao que tudo indica, moldado para desinformar, confundir e desorientar a população. O objeto da análise se dará por meio das publicações no perfil do Instagram do pastor batista Henrique Vieira e do pastor conservador Silas Malafaia, realizadas durante as eleições para a Prefeitura do Rio de Janeiro em 2020. O corpus compreenderá mais precisamente o período entre os dias 09 e 13 de novembro, o qual antecede o primeiro turno das eleições municipais. Esta escolha se justifica, pois, Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal, disputará a reeleição contando com o apoio das correntes evangélicas conservadoras, que por sua vez aparentam se comunicarem melhor com a parcela mais pobre da população. Partimos da hipótese de que a midiatização do discurso religioso conservador contribui para uma espécie de privação sensorial de parte significativa da sociedade brasileira atual, afetando e enfraquecendo sobremaneira a capacidade crítica dessas pessoas, e de que o discurso evangélico progressista pode contribuir com a ruptura desta lógica. Para sustentar nossas observações e questionamentos, utilizamos como principais autores e conceitos: Jessé Souza (Sociologia) Muniz Sodré (Midiatização), Antonio Gramsci (Hegemonia), Agnes Heller (Cotidiano); Magali Cunha (Religião), Naomi Klein (Doutrina do Choque) e Norman Fairclough (Análise Crítica do Discurso).

Palavras-chave: Redes sociais digitais; Instagram; Henrique Vieira; Discurso Progressista Evangélico; Silas Malafaia; Discurso Conservador Evangélico.

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Eduardo Brasil

Senhor Delegado: A representação da figura Policial nas letras de samba e a sua relação com a Mídia e o Cotidiano carioca entre os anos de 1979 e 2010

Orientador: Pablo Nabarrete Bastos

Resumo:
Esta Dissertação investiga questões sobre a representação a partir das narrativas relativas à figura do policial, cotejando as representações da imagem policial presente nas letras de samba com a imagem construída pela mídia hegemônica no contexto da cidade do Rio de Janeiro. Através de pesquisa sobre as coberturas do jornal O GLOBO e relacionando às dinâmicas cotidianas e simbólicas que mediaram a construção acerca da representação da figura do policial presente nas letras de samba, definiu-se a metodologia de Análise Crítica do Discurso (ACD) como instrumento para entender o olhar do samba como produto cultural e de resistência popular frente ao problema do poder coercitivo do Estado, visível na figura do policial. Entendemos o samba como símbolo de resistência de um segmento oprimido da sociedade e que estabelece relações de negociação com o Estado, pois o samba nos traz uma narrativa e uma história da vida cotidiana vista de baixo. Sendo assim, surge a questão de quais são os elementos de enunciação, imagem, representação e narrativa a respeito da figura policial presentes nas letras dos sambas cariocas e como a representação da personagem policial foi se alterando de acordo com o cenário histórico e panorama político no recorte temporal adotado. O arco temporal compreende o período entre o início do Governo de Chagas Freitas, quando entra em vigora a Lei da Anistia (1979), mesmo ano em que foi lançado: Assim Não Zambi, de Martinho da Vila; e o final do primeiro Governo Sérgio Cabral (2010), o ano do lançamento de Numa Cidade Muito Longe Daqui: Polícia e Bandido de Arlindo Cruz. Partindo do pressuposto que há uma relação de tensão entre as camadas populares e o Estado, manifesto em seu poder de polícia, o samba é um material profícuo e, portanto, um corpus legítimo para a análise em questão.

Palavras-chave: Polícia; Samba; Representação; Mídia e Cotidiano; Rio de Janeiro.

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Erika Francisco de Paula David

Narrativas Audiovisuais e visões de mundo: o que as crianças têm a nos dizer sobre a infância a partir de seus cotidianos?

Orientadora: Dagmar de Mello e Silva

Resumo:
Este estudo tece reflexões sobre as formas como as crianças, em tempos pandêmicos, se expressaram e entraram em contato com seus professores e colegas de turma por meio de Cartas-Imagem, formas de dizer e se dizer para o mundo através de mídias audiovisuais infantis. Partilhas sensíveis de seus cotidianos foram reveladas por estas mídias e nos deram a pensar sobre as infâncias deste tempo. O referencial teórico que subsidiou este trabalho contou com o aporte de Certeau no que tange aos estudos sobre cotidiano, Jonathan Crary com seus apontamentos sobre as transformações do sujeito observador ao longo dos tempos, Walter Benjamin com seus escritos sobre a experiência infantil, Sandra Corazza e Walter Kohan com suas contribuições para os estudos sobre as infâncias contemporâneas e Vigínia Kastrup que embasou esta dissertação no que diz respeito ao método de pesquisa que foi a cartografia, abordagem metodológica que nos permite acompanhar o processo de pesquisa, entendendo esta, como movimento de elaboração permanente, destacando os processos de construção da pesquisa em si, onde a realidade não está dada e nem acabada. O objetivo deste trabalho foi observar as formas como crianças se comunicam por meio de mídias verbo-visuais e que tipo de conteúdo e recortes do cotidiano elas elencam para
dividirem com a instituição escolar.

Palavras chave: Narrativas Audiovisuais; Cartas – Imagem; Infância; Mídias e Cotidianos

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Fernanda da Silva Guimarães

Transformando o Jogo do Poder em Poder do Jogo: uma reflexão sobre a redução da Comunicação Pública à distribuição de informação

Orientador: Marco A. F. Schneider

Resumo:

Este trabalho tem discute a redução da Comunicação Pública à distribuição de informação. O objetivo geral é mapear em que medida o subaproveitamento do fluxo de informações públicas e/ou sua absorção de maneira limitada ou insatisfatória enfraquecem e não geram a vinculação necessária às práticas interativas na Esfera Pública e, consequentemente, não estimulam a participação do cidadão nas práticas políticas da vida cotidiana. Sendo assim, mesmo atendendo aos comandos estipulados em lei, tal ocorrência contribui para o esvaziamento da zona crítica de formação cidadã no âmbito das atividades da comunidade local. Para tanto, será feita uma análise do conteúdo jornalístico do canal TV Câmara, no Youtube, da Câmara Municipal de Nova Friburgo, por meio de uma metodologia composta de análise de audiência do Canal TV Câmara associada à pesquisa de opinião com a população friburguense, com vistas ao entendimento holístico do panorama participativo. Palavras-chave: Comunicação Pública; Competência Crítica em Informação; Esfera Pública; Democracia; Participação Popular.

Link: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21804


Fernanda Paes

Representações midiáticas de “comportamentos desviantes” de sexualidade feminina: um estudo sobre a ficção seriada televisiva “Felizes para sempre?”

Orientadora: Ana Paula Bragaglia

Resumo:
Este trabalho tem como objetivo discutir a representação midiática de comportamentos desviantes de sexualidade. Para tanto, uma “Análise Textual” (CASETTI E CHIO, 1999) foi realizada na minissérie da TV Globo, “Felizes para Sempre?” (2015), na qual a protagonista, interpretada pela atriz Paolla Oliveira, é bissexual e garota de programa. Seguindo esta metodologia, optou-se por analisar a estrutura narrativa geral da minissérie (enredo) em vez de cenas específicas. Como base teórica, foram utilizdas principalmente autores da “Sociologia do Desvio” (como Becker e Goffman ); teorias sobre os processos de estereotipização oriundos da Psicologia Social (valendo-se de Pereira e Jablonski, por exemplo), e abordagens sobre a esfera do Cotidiano e seus campos de senso comum e representações sociais, por meio de teóricos como Heller e Berger e Luckmann. As discussões foram confrontadas com concepções da mídia de massa enquanto indústria cultural, a partir de Kellner, Adorno e Horkheimer, entre outros pensadores. Como principal resultado, observou-se na arena midiática, a reprodução de conflitos sociais (KELLNER, 2001) sobre comportamentos desviantes de sexualidade, o que no caso da minissérie estudada se dá através de uma narrativa apenas aparentemente transgressora e emancipadora dos atributos desviantes, uma vez que ao longo da trama e em seu desfecho, são observados elementos de uma moralidade convencional, culminando em punições para personagens femininas com comportamentos desviantes de sexualidade. Em suma, nota-se que a emissora, enquanto parte integrante de uma Indústria cultural, ao retratar representações de comportamentos sexuais desviantes se mantém ainda predominantemente em uma linha de discurso hegemônico conservador continuando a situar tais comportamentos como marginais.

Palavras-chave: Mídia e Cotidiano; Comportamentos Desviantes; Sexualidade; Análise Textual; Felizes para Sempre.

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Gustavo Farias Sixel

Identidade e memória nos quadrinhos de Marcello Quintanilha: um olhar sobre o cotidiano das classes subalternas

Orientadora: Rachel Bertol Domingues

Resumo:
Esta pesquisa analisa a obra do quadrinista Marcello Quintanilha, através de narrativas avulsas e álbuns autorais publicados no Brasil (1999-2021), que expressam características do quadrinho moderno, como a autobiografia, a memória, o cotidiano e a crítica social, e busca situar a proposta do artista dentro da linguagem e do meio editorial. Seu universo, com histórias transcorridas em regiões periféricas e personagens de classes subalternas, motiva debates sobre o protagonismo de personagens oprimidos bem como a escolha por sublinhar suas contradições; a visibilidade de negros e negras e do racismo, em tramas que revelam a presença da ideologia racista no cotidiano. Aspectos autobiográficos e históricos estão interrelacionados na obra de Quintanilha, em memórias pessoais e de segunda geração, em especial as de seu pai, operário-jogador em um clube de futebol de fábrica, lembranças que assumem relação privilegiada com um lugar – o bairro do Barreto, na cidade de Niterói (RJ), onde o autor viveu na infância e na adolescência, e cuja atmosfera busca reter. A pesquisa aponta a presença da nostalgia como chave criativa da obra. O elo entre o histórico e o ficcional, juntamente com a “escavação de ruínas”, como em Benjamin (1987), estabelecem o sentimento nostálgico como caminho para a busca de sua identidade e da constituição de uma proposta estética única, marcada por sentidos indicados tanto da nostalgia reflexiva, conforme Svetlana Boym (2017), como na imaginação mnemônica, de Keightley e Pickering (2012). Neste sentido, a pesquisa parte da percepção que, diante de um tempo em crise, como aponta Arendt (2016), Quintanilha, em sua proposta, constitui uma forma criativa e inovadora de lidar e apreciar o tempo, destacando poética e visualmente sua passagem e também a tensão entre o espaço de experiência e o horizonte de expectativa (Koselleck, 2006), no cotidiano de pessoas comuns e suas escolhas.

Palavras-chave: Histórias em quadrinhos. Memória. Cotidiano. Marcello Quintanilha.

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Isabela Gonçalves de Oliveira

Códigos de socialização contemporâneos frente às noções de individualização das subjetividades: um estudo sobre postagens da Gabriela Publiesi na pandemia da Covid-19

Orientadora: Ana Paula Bragaglia

Resumo:
Esta dissertação possui, como objetivo geral, entender quais as relações possíveis entre o fenômeno dos influenciadores digitais e os desdobramentos dos processos de individualização da atualidade. Para tanto, analisamos 10 (dez) publicações do perfil da Gabriela Pugliesi – influenciadora do segmento fitness/lifestyle – na rede social digital Instagram, ligados à pandemia da COVID-19 no Brasil. Além disso, temos como objetivo específico de pesquisa estudar os valores ou códigos utilizados por influenciadores digitais para se socializarem e/ou conectarem com seus seguidores, buscando compreender se e de que forma refletem ou contradizem características de sociabilidade comumente associadas às subjetividades contemporâneas, enquanto reflexo, inclusive, dos processos de individualização vivenciados a partir da Modernidade. Como fundamento teórico, utilizamos, principalmente, os raciocínios de McCracken (2003) sobre história do consumo, Bauman (1999, 2001, 2008), Lipovetsky (2004, 2007, 2015), Campbell (2001) e Barbosa (2004), no campo da contemporaneidade, Maffesoli (1998) e Bauman (2001) sobre formas de socialização e subjetividades contemporâneas e Sibília (2008) e Campanella (2019), sobre visibilidade. Utilizamos a Análise do Discurso de Orlandi (2005) para investigar o corpus. A análise
demonstrou, então, a soberania da efemeridade, além de diversos aspectos individualistas e hedonistas, mesmo nos posts em que se propõe algum senso de coletividade.

Palavras-chave: Mídia e Cotidiano; Influenciadores Digitais; Gabriela Pugliesi; Individualização; Subjetividades Contemporâneas.

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Jaqueline Suarez Bastos

Entre noções e experiências: as tensões sobre a autonomia e sustentabilidade na mídia independente

Orientador: Adilson Vaz Cabral Filho

Resumo:
Nos últimos anos, observamos a emergência de muitas iniciativas de mídia que se autoapresentam como independentes. Apesar do termo acionado não ser novo, essa onda traz consigo noções e experiências próprias de seu tempo. Influenciadas pelas dinâmicas digitais e pelo contexto sociopolítico, tais iniciativas propõem outra concepção de funcionamento, acionando novas lógicas de organização e sustentabilidade, objetivando mais autonomia. A viabilidade dessa autonomia se relaciona com o modelo de financiamento adotado, delimitado pelo ideal de independência de cada coletivo, que busca garantir economicamente a continuidade das atividades, sem comprometer sua liberdade. A partir disso, esta pesquisa tem por objetivo tensionar a ideia de independência adotada por coletivos independentes sob o viés da autonomia e sustentabilidade financeira. No centro de nossa investigação, estão os modelos organizacionais dos coletivos Jornalistas Livres e Ponte Jornalismo, a partir dos quais pretendemos responder a seguinte questão: considerando a compreensão de independência pretendida pelo coletivo, como estes se posicionam com relação à autonomia e sustentabilidade (financeira)? Ancorados em uma perspectiva dialética, com uma abordagem qualitativa, estabelecemos como procedimentos metodológicos a revisão bibliográfica, o levantamento documental e a entrevista em profundidade. Verificamos que a noção de independência experimentada por cada projeto delimita sentidos e materialidades específicas de autonomia e financiamento. Dessa forma, esta pesquisa não disserta sobre conceitos fechados. Pelo contrário, discute noções e experiências singulares formuladas por experiências reais, dotadas de contradições e tensões específicas.

Palavras-chave: Mídia independente; Autonomia; Sustentabilidade Financeira; Modelo organizacional; Comunicação alternativa.

Link: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23123

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Lorena Campos

O Empoderamento Cosmético e as representações atualizadas de beleza na comunicação da Avon no YouTube

Orientadora: Ana Paula Bragaglia

Resumo:
Este trabalho tem como tema os anúncios de cosméticos contemporâneos e seus efeitos de sentido no cotidiano. Os questionamentos que norteiam a pesquisa podem ser resumidos pelas seguintes perguntas: de que forma a associação entre “beleza” e “empoderamento”, visível na publicidade comercial, pode contribuir com as reivindicações sociais de indivíduos antes invisibilizados pelas normas? Recorrer ao discurso de empoderamento pode ser positivo, ao criar-se representações midiáticas as quais os sujeitos antes não representados podem se identificar, ou corre-se o risco de, ao instrumentalizar o conceito de empoderamento sob uma lógica de mercado, ele perca o sentido? Nosso objeto é canal da marca de cosméticos AVON no YouTube; a escolha se deu porque a marca vem criando narrativas que trazem representações de beleza diversas, além de explorar o mote do empoderamento em sua comunicação. A Avon também se consolidou no mercado com um modelo de vendas pautado no relacionamento entre as vendedoras e clientes, além de estar passando por um processo de reformulação e reposicionamento no mercado, supostamente para atrair um público mais jovem. Partindo do pressuposto de que a publicidade produz e capitaliza sentidos a partir do contexto histórico, a pesquisa visa aprofundar a compreensão sobre o panorama contemporâneo. O primeiro capítulo traz noções sobre o cotidiano e o senso comum no reconhecimento da beleza padronizada; desigualdades de gênero dentro da esfera produtiva; além de apontamentos sobre interseccionalidade, ideologia e empoderamento. O segundo capítulo trata os processos de midiatização contemporâneos, e sua relação com a sub- representação de determinados sujeitos pela mídia hegemônica. As metodologias de análise do objeto empírico foram divididas em duas etapas: em um primeiro momento, foi realizada uma análise de conteúdo (BARDIN, 2016), na qual foram coletados, categorizados e tabulados os vídeos do Canal Avon BR; e em um segundo momento, foram escolhidas amostras recentes da produção do canal, que contribuem para que se formulem os conceitos de “empoderamento cosmético” e “representações atualizadas de beleza”. O objetivo do trabalho não é o de problematizar a representação dos sujeitos, mas de fomentar a discussão sobre a ambivalência destas narrativas e da ideia de empoderamento acessado via consumo. Há a necessidade em se criticar as estruturas do mercado, não só de produtos de beleza, porém pontuando as possibilidades e limitações destas inserções, graças ao seu alcance e difusão.

Palavras-chave: Análise de Conteúdo; Análise de Discurso; Avon; Empoderamento; Mídia e Cotidiano.

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Lucas Lima Coaracy

Mídias no Cotidiano Escolar: Usos e Representações Sociais de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação pelos alunos

Orientadora: Walcéa Barreto Alves

Resumo:
Essa dissertação teve como finalidade compreender os usos e as representações sociais das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) por alunos no cotidiano escolar. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma pesquisa com alunos do segundo segmento do ensino fundamental numa escola municipal de Niterói, RJ, a partir de uma abordagem multimétodos (JOHNSON; ONWUEGBUZIE, 2004), que se desenvolveu articulando a abordagem etnográfica (PERUZZO, 2003; MATTOS, 2009, 2011a, 2011b) com metodologias do campo da Teoria das Representações Sociais (TRS) (MOSCOVICI, 1994, 2007). Os instrumentos de pesquisa foram a observação participante, grupo focal e questionário de evocação livre. A análise dos dados, realizada com o auxílio dos softwares Atlas.ti e openEVOC, tem como fundamentação a abordagem estrutural da TRS – a Teoria do Núcleo Central (ABRIC, 2000; SÁ, 1996) – e a análise categorial (BARDIN, 2009). Os resultados apontaram que a representações sociais das TDICs têm os dispositivos móveis em seu núcleo central, organizando-se e dando sentido a demais elementos da representação. A frequência de compartilhamentos e os modos de utilização das TDICs pelos alunos denota um forte aspecto de socialização em seus usos, configurando modos de ação e significação que situam as interações num contexto de busca de autonomia na construção de saberes e maior identificação social com seus pares no espaço escolar. Conclui-se que, para uma que haja uma educação que articule as estruturas da instituição escolar e os modos de viver dos jovens contemporâneos numa perspectiva libertadora e problematizadora, curiosa e crítica (FREIRE, 2000) frente às tecnologias na sociedade midiatizada (THOMPSON, 1998, 2018; HJARVARD, 2014, 2015), devese estar atento aos modos como os sujeitos empregam seus usos enquanto táticas (CERTEAU, 1998) buscando a reinvenção do cotidiano em interface com as mídias e o contexto educativo.

Palavras-chave: Comunicação e Educação; Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação; Cotidiano; Representações Sociais; Mídias Digitais.

Link: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23514


Luciana Carvalho de Moraes

Concepções e práticas de saúde e bem-estar no cotidiano da mulher em tempos de Covid-19

Orientadora: Flávia Clemente

Resumo:
A pesquisa apresentada aqui representa um mergulho no conhecimento e nas práticas relacionadas à saúde e ao bem-estar da mulher contemporânea, a partir de um retrato traçado por elas próprias, em informações coletadas por meio de questionário on-line desenvolvido e analisado detalhadamente pela pesquisadora. O contraponto à pesquisa quali-quantitativa se dá pela análise do que vem sendo produzido do ponto de vista das teorias do cotidiano, da comunicação, da mídia, da saúde, da psicologia, da psiquiatria, da filosofia, da sociologia, dentre outras áreas do conhecimento. O objetivo central é relacionar tais estudos às vivências do cotidiano feminino, a partir das reflexões sobre os interesses requeridos pela mulher adulta de classe média e média alta, quanto às suas práticas, significações e valores atribuídos à boa saúde e ao bem-estar no cotidiano. Ressalta-se que o período específico das respostas do formulário, observação e investigação de tais práticas humanas no âmbito da saúde, aconteceu durante a propagação do novo Coronavírus (SARS-CoV-2), causador da Covid-19, em especial na quarentena em virtude da disseminação da doença. A hipótese a verificar é de que hoje, como reflexo da vida pós-moderna imposta a essa mulher, e, potencializada pela existência de uma nova pandemia de enorme gravidade, a mulher não consiga realizar as práticas de saúde e bem-estar do jeito ou com a frequência e qualidade que gostaria. Dessa forma, infere-se que a mulher de classe média não mantenha, assim, um estado completo de saúde na atual contemporaneidade, apesar de reconhecer suas práticas e benefícios como importantes para seu cotidiano, o que pode ser, inclusive, gerador de ansiedade e de DCNT. E, ainda assim, de como esse “novo normal”, diante da pandemia da Covid-19, influencia a saúde e o bem-estar feminino nos aspectos da cotidianidade aos preceitos da comunicação pública em saúde e da mídia, e se estes se relacionam com as principais necessidades femininas de saúde e bem-estar evidenciadas por elas. Por fim, apreende-se a complexidade do sujeito pela ótica das narrativas femininas que são corroboradas pelos aspectos do cotidiano midiatizado à linguagem da cultura terapêutica, a fim de constituir-se enquanto produto comunicacional midiatizado na atual contemporaneidade.

Palavras-chave: Saúde; Bem-estar; Mulher; Cultura; Mídia; Cotidiano.

Link: em breve (processo de inclusão no Repositório UFF)


Luciano Dias

O Golpe hoje: análise do discurso em comemoração ao 31 de março, na mídia: da tragédia de 1964 à praça de 2019

Orientadora: Larissa de Morais Ribeiro Mendes

Resumo:
A presente dissertação analisa o discurso militar na mídia como parte da legitimação do golpe civil-militar de 31 de março de 1964 até 2019, já na vigência do governo Jair Bolsonaro. Na analogia feita por Karl Marx em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, é um momento na história que acontece como tragédia (1964) e se repete como farsa (2019). Acompanhamos o percurso do objeto discurso e observamos a articulação entre linguagem, ideologia, história, memória na produção de sentidos entre a tragédia e a farsa. Para tanto, definimos três corpora: a tragédia em 24 primeira páginas de O Globo, entre 19 de março e 13 de abril de 1964, e farsa em um vídeo de saudação aos 55 anos do golpe, divulgado pelo Palácio do Planalto, e o percurso midiático entre o golpe de 64 e o vídeo que o rememora, esse o corpus principal. Nosso objetivo é investigar o discurso militar atravessando e sendo atravessado pelo discurso jornalístico e o seu deslocamento para mídia em ambiente virtual e, através da leitura discursiva, verificar o deslizamento de sentidos para produção de efeito de verdade. Dois termos são centrais nessa disputa de sentidos: “golpe” e “Revolução” representam o embate ideológico pela verdade. Filiada à Análise de Discurso de orientação francesa, a pesquisa articula a AD com conceitos de autores do cotidiano e, ancorada em estudos sobre jornalismo, discurso científico e de Ciência Política, analisa o dito e o não-dito em enunciados materializados em notícias, editoriais e conteúdos não-jornalísticos. Assim, ouvindo a voz e o silêncio do discurso militar em O Globo, compreendemos que o sujeito jornal é interpelado pela mesma ideologia que o sujeito militar, revelando a ilusão do discurso da objetividade científica. Ouvimos também o sussurro do discuto militar no vídeo anunciando que a farsa de 1964 estava sendo montada em 2019.

Palavras-chave: Golpe de Estado de 1964; Memória; Mídia; Discurso; Verdade

Link: https://app.uff.br/riuff/handle/1/25056


Maíra Medeiros Carvalho Xavier

Quem influencia os influenciadores? A cadeia da influência e o mercado digital. 

Orientadora: Adilson Vaz Cabral Filho

Resumo:
Esta dissertação possui como objetivo principal compreender a cadeia da influência que atua por trás do influenciador digital ao mesmo tempo em que discute o papel chave que o influenciador possui ao fomentar o consumo. O surgimento das plataformas digitais com modelos de negócio voltados para a distribuição de conteúdos audiovisuais e volume de acessos configurou uma nova figura – o influenciador digital. Esse fenômeno é estruturado pela algoritmização e pela datificação, que refletem na hegemonia dos conteúdos ou espaços e no próprio lugar em que o influenciador se encontra. Diante do uso vertiginoso das plataformas digitais por parte da audiência e da capacidade de o influenciador gerar conexão com seu público, o mercado passa a usar a figura do influenciador para tornar cada vez mais próxima a relação entre marca e consumidor. Nesse contexto, essa dissertação aborda a cadeia da influência, estrutura formada por intermediadores culturais, termo cunhado por Rojek (2008).

Palavras-chave: Influenciadores digitais, cadeia da influência, mercado digital, plataformas digitais

Link: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25847


Marcus Vinicius Barcelos Lima Losanoff

Representação, identidade e resistência musical no DOCTV América Latina

Orientadora: Denise Tavares

Resumo:

A partir do estudo de três documentários produzidos na edição La Musica, do programa DOCTV Latinoamérica (DOCTV América Latina, no Brasil), este trabalho tem por objetivo discutir a linguagem e as narrativas destas obras levando em conta o histórico de resistência e de busca por integração da América Latina. Para tanto, recupera, brevemente, os conceitos e paradigmas que envolvem a criação do Programa e, de igual modo, procura discutir as conjunturas que permeiam as estratégias de resistência cultural e de integração da região, focando, especialmente, na música de protesto, em particular a produzida a partir de 1960. Tal abordagem ocorre em paralelo às teorias da identidade e da construção da memória enquanto norteadoras dessas representações presentes nesta edição dedicada à música do DOCTV Latinoamérica. Em função do amplo escopo – ao todo, foram 18 obras produzidas nesta edição – a dissertação foca os documentários Isabel, la criolla (Argentina); Hasta el fín de Delfín (Equador) e “No gargalo do samba” (Brasil). A escolha deve-se à proposta de constituir uma amostra que, além do Brasil, pudesse expressar a relação do país com os vizinhos do continente: uma, de maior proximidade, que é o caso da Argentina e, outra, à distância, inclusive geográfica (por não possuir fronteira com o Brasil), que é o Equador. O cotidiano midiatizado e a função social do audiovisual fazem parte do cenário que contextualiza a pesquisa enquanto estratégias de um território que busca afirmar a sua singularidade ancestral, contrapondo-se a um processo histórico de esvaziamento da diversidade na cultura, sobretudo a musical, através dos séculos. Entre os autores que balizam este trabalho estão Jesús Martín Barbero, Ailton Krenak, Darcy Ribeiro, Stuart Hall, Catherine Walsh, Néstor García Canclini, Agnes Heller e Nildo Viana. Em termos metodológicos, optamos pela revisão bibliográfica e documental a partir dos eixos centrais da investigação somado às discussões sobre a criação e demais produções do Programa DOCTV Latinoamérica.

Palavras-chave: Representação social; Resistência musical; Identidade cultural; Integração latino-americana; Documentários musicais.

Link: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23326


Monique Paula dos Santos T. de Oliveira

Talíria Petrone: eu sou deputada, eleita pelo Rio de Janeiro: Um estudo de caso de gestão de visibilidade pelo Instagram

Orientadora: Carla Baiense Felix

Resumo:

Esta dissertação analisa como a Deputada Federal, mulher negra, Talíria Petrone utiliza o Instagram como um instrumento para gerenciar a sua visibilidade. Considerando um cenário em que as mulheres negras são invisibilizadas ou hiper-visibilizadas (criminalizadas e sexualizadas, por exemplo) como revela Noble (2013), verifico os regimes de visibilidade (BRIGHENTI, 2010), ou múltiplas facetas da visibilidade que acarretam consequências positivas e negativas para a atuação política da parlamentar. Essa análise é realizada em um contexto de cultura do medo (GLASSNER, 2003) que tem um impacto significativo para mulheres negras progressistas na política institucional, algo que foi evidenciado pelo feminicídio político (SOUZA, 2019) de Marielle Franco. O estudo toma como base perspectivas teóricas de três áreas principais: cultura do medo, feminismo negro e visibilidades nas culturas digitais. A abordagem metodológica é guiada pela revisão bibliográfica e análise temática inspirada em observações etnográficas digitais (HINE, 2015), desenvolvida por mim, com análises qualitativa e quantitativa das publicações realizadas no perfil do Instagram da Deputada Federal Talíria Petrone nos meses de março/2019, julho/2019 e novembro de 2019. Além de entrevista estruturada fechada pelo WhatsApp com a parlamentar. Dessa forma, o intuito é verificar como ela utiliza a visibilidade pelo Instagram como uma ferramenta para combater o racismo, o machismo e proteger os direitos humanos em um contexto de medo e incerteza.

Palavras-chave: Talíria Petrone. Mulheres negras. Visibilidade. Feminicídio político. Instagram.

Link: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22969

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