SAÚDE, MEMÓRIA E AFETO SÃO TEMAS DE ENCONTRO NO PPGMC

I Encontro “Narrativas da Saúde, da Memória e dos Afetos” discutiu questões atuais da Comunicação

No dia 26 de novembro ocorreu o Encontro “Narrativas da Saúde, da Memória e dos Afetos: entrelaçamentos midiáticos e geracionais”, primeiro evento organizado pelos Grupos de Pesquisa Multis – Núcleo de Experimentação do Audiovisual e Multimídia (UFF), Mídia, Rede e Jovens (UFF), Comunicação e Saúde (Fiocruz) e Comunicação, Cidade e Memória (UFJF). Com o objetivo de discutir questões pertinentes aos discursos e as representações midiáticas atuais, o encontro possibilitou a troca de saberes entre pesquisadores de diferentes partes do país.

Na Mesa 1, o escritor e professor da UFES,  José Antonio Martinuzzo, ministrou a palestra “Fake News como sintoma de uma sociedade perversa”, analisando essa questão sob o ponto de vista da psicanálise. Marinuzzo estabeleceu relações que permitem evidenciar, a partir da psicanálise, o que o fenômeno das fake news pode dizer sobre o mundo pós-moderno.  Classificando-a como “uma narrativa que carrega uma apropriação da forma discursiva jornalística – para se ter credibilidade – mas sem compromisso com a verdade”, o pesquisador aponta para um momento de total crise da institucionalidade como meio para o surgimento desses “sintomas” sociais. Para ele, a Era da pós-verdade está em vigência, e tudo que vale é o que cada indivíduo já pensa. As redes sociais, nesse caso, amplificam esse sentimento em uma proporção jamais vista. “Nos âmbitos das fake news não importa o fato e o compromisso com a verdade como mediadora dos laços sociais, e quando isso não existe, ganha a verdade de quem quer se impor, de quem grita mais”, afirmou o professor.

A Mesa 2, composta pelas professoras e pesquisadoras Carla Baiense (UFF), Juliana Doretto (FIAAM-FAAM) e Denise Siqueira (UERJ), tratou de temáticas referentes às representações midiáticas da juventude. Ambas apresentaram trabalhos que, em virtude de proximidades entre os objetos de pesquisa, mostram os papéis de protagonismo de jovens e, ao mesmo tempo, as marcas de suas representações pela grande mídia. Marcas que evidenciam, sobretudo, os critérios de identidade presentes em cada veículo, carregado, muitas vezes, de preconceitos e estigmas sociais.

As professoras Kátia Lerner (Fiocruz), Denise Aires (UFMA) e Cristina Teixeira Vieira de Melo (UFPE) formaram a Mesa 3, que teve como tema “Narrativas da dor: silenciamentos e fetiches midiáticos”. Nesta mesa, a discussão girou em torno dos contextos comunicacionais e sociais que envolvem doenças, o suicídio e a morte. Em um eixo temático delicado, as pesquisadoras mostraram a importância de pensar com sensibilidade essas questões que envolvem a perda e o luto.

Na última mesa, “Narrativas da memória e dos afetos: mitologias geracionais”, as professoras Renata Rezende (UFF), Denise Tavares (UFF) e Christina Musse (UFJF), discutiram as narrativas que, muitas vezes construídas a partir de traumas, geram novos significados para a reflexão particular e coletiva de cada indivíduo. O evento foi gratuito e ocorreu pela manhã no Auditório Interartes, do Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF (IACS-UFF), e na parte da tarde no Auditório do PPGMC, no prédio do IACS 2, reunindo professores, pesquisadores e alunos.