INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO (manter e ampliar)

A pandemia impactou sobremaneira o calendário e estratégias da autoavaliação realizada a partir de 2019. No entanto, como o Programa tem na cultura da autoavaliação um de seus pilares, o caminho encontrado foi manter os espaços já tradicionais de autoavaliação e incorporar a estes os instrumentos definidos pela Comissão de Autoavaliação. De todo modo, se há um ganho objetivo e imediato deste processo, pode-se falar, inicialmente, da nova importância que se deu às discussões desses diagnósticos. Depois, mesmo reconhecendo os limites já expostos, houve, de fato, uma adesão mais consistente do corpo discente e egressos ao processo e, até mesmo pela renovação do quadro docente, também se pode falar em novos questionamentos e propostas.

Como, claro, não é possível reproduzir aqui todas as etapas que envolveram essa autoavaliação, sistematizamos, abaixo os principais diagnósticos apontados, não distinguindo as “fontes”, porque era o que estava previsto para as primeiras discussões já que a dimensão qualitativa (grupo focal) se valeria das visões específicas de cada grupo e do técnico. Vale mencionar que várias dessas indicações repetiram, de certo modo, o que já vinha sendo elencado nos anos anteriores, confirmando a percepção do Programa quanto à sua forte cultura de autoavaliação, mesmo reconhecendo que havia a necessidade de um processo melhor formulado e com diretrizes, calendário e publicação de resultados melhor engendrados e mais transparentes ao público em geral. Mas, vamos às sistematizações dos principais diagnósticos:

a) Dimensões bem-avaliadas do PPGMC: docentes, discentes, egressos e técnico

– Histórico do Programa: a valorização do Programa foi apontada, em especial, pela mudança de nota e pela aprovação do Curso de Doutorado já na primeira submissão. Vale lembrar que antes de ser aprovado o Mídia e Cotidiano teve reprovação do seu APCN por duas vezes;
– Pesquisas focadas na relação “mídia e cotidiano”, confirmando contribuição qualificada específica para o campo da Comunicação;
– Capacidade de autoavaliação e integração, seja entre docentes, sejam entre o corpo docente e discente; também se valorizou a instituição da Comissão de Avaliação;
–  Estímulo à participação da vida acadêmica do corpo discente através de realização do Seminário interno (em setembro); da parceria entre discentes e/ou com egressos e/ou com docentes, para produção de artigos – tanto para participação em eventos como para publicação em revistas qualificadas;
– Ter criado espaços de integração dos doutorandos com os mestrandos, especialmente a partir da formação do Grupo de Estudo;
– Produção qualificada do conhecimento; estímulo à interdisciplinaridade; estímulo ao desenvolvimento de parcerias (internas e externas ao PPGMC);
– Foco em pesquisas que contribuam para formulação de políticas públicas; engajamento social e inserção social;
– Estímulo à internacionalização; discussão e adesão às políticas institucionais da UFF (PDI);
– Acompanhamento dos egressos; atualização contínua em relação às demandas do mercado e às demandas acadêmicas;
– Estímulo à participação dos editais das agências de Fomento;
– Discussão qualificada dos documentos da área e/ou orientações da CAPES; coordenação que compartilha muito as informações da CAPES e do Fórum da Compós;
– Consideram que o PPGMC tem boa inserção Social, com significativo atendimento às demandas regionais, seja a de formação (facilitada pelas disciplinas oferecidas em período noturno), seja para contribuição às políticas públicas, a partir da atuação docente e discente (pesquisas e/ou atividades realizadas, seja por projetos de extensão, seja por propostas pontuais);
– Mesmo sem ter dados coletivos, os docentes apontam que o PPGMC mantém boa relação com os egressos: tanto pela continuidade de vários nos Grupos de Pesquisa e participação nos eventos promovidos pelo Programa, quanto pelo acompanhamento da situação de cada egresso, através dos formulários anuais.
– Avaliação positiva do Processo Seletivo pelo aspecto de adesão às políticas afirmativas e manutenção do ingresso de professores da Rede Básica de Ensino Público, consolidando a política do Mídia e Cotidiano de reserva de duas vagas no Mestrado e uma no doutorado;
– Regularidade das Reuniões Colegiadas, permitindo a manutenção das decisões coletivas, ou seja, para os docentes, há ampla participação de todos os professores nos processos decisórios, o que reforça a integração docente, repercutindo, inclusive, a qualificação das pesquisas; além disso, também foi apontada a participação regular da representação discente nas instâncias de decisão do Programa, em especial as Reuniões Colegiadas, mas também nas reuniões com os bolsistas;
– Revista Mídia e Cotidiano: participação dos doutorandos como editores assistentes e publicação de artigos que dialogam com as pesquisas dos discentes;
– Qualidade do corpo docente: a formação específica em Jornalismo e Publicidade da quase totalidade do corpo docente, já destacada em outros relatórios, mantem-se como atrativo para alunos oriundos do mercado de trabalho que visam um aprofundamento da perspectiva teórico-prática das suas atuações;
– Seminário Interno no segundo semestre: espaço para troca de conhecimento, para reavaliação dos rumos das pesquisas dos discentes, em especial pela presença de doutorandos de outros programas e, também, um lugar para vários mestrandos se exporem, publicamente, pela primeira vez;
– A atuação muito boa da Coordenação que é sempre referenciada positivamente na quase totalidade das dissertações, pela postura aberta, acolhedora e transparente em relação às demandas dos alunos;
– Visibilidade do Mídia e Cotidiano: o site e as redes sociais são apontados como fator importante para a comunicação e divulgação das atividades do Mídia e Cotidiano;
– Qualidade da Formação: a estrutura curricular abrangente, particularmente as disciplinas “Seminários”, são reconhecidas como relevantes porque permitem debates de situações pontuais, inclusive em diálogo com as pesquisas desenvolvidas pelo corpo discente; o oferecimento de cursos extras e os eventos do PPGMC também são apontados como fundamentais à formação.
– Qualidade e pontualidade da Revista Mídia e Cotidiano; também foi valorizada a participação discente no como Editores Assistentes;
– Qualificação e formação do corpo discente: apesar da profunda dificuldade provocada pelo número muito limitado de bolsas de pesquisa, o corpo discente manteve participação ativa nos diversos eventos da área e de interfaces com as suas pesquisas, inclusive eventos internacionais;
– Pesquisas de Pós-doutorado ativas no PPGMC: apesar de ser um programa emergente manteve sua participação do programa de Bolsas Capes para Pós-doutor (PNPD); e continua atraindo outros pesquisadores, mesmo sem bolsa;
– Participação institucional ativa: o corpo docente continua participando assiduamente da vida institucional da UFF, integrando bancas de avaliação de projetos de Iniciação Científica, de Extensão, comitês de assessoramento, entre outros, além de integrar os projetos de inovação tais como PIBID, Ensino à Distância, entre outros;
– Consolidação da interface com pesquisadores de programas de pós-graduação de universidades situadas fora do eixo Rio-São Paulo e Sul-Sudeste.
– Estímulo à continuidade da vida acadêmica e de atuação qualificada no mercado de trabalho;
– Ambiente saudável e estimulante do Mídia e Cotidiano, corroborando, muitas vezes, para a continuidade do vínculo e do esforço de uma contribuição qualificada;
– Relação dialógica em todos os níveis, em especial, com a coordenação, que está sempre presente e atenta às demandas dos alunos;
– Dimensão pedagógica crítica, em especial, pelo foco regional das pesquisas desenvolvidas no PPGMC, que contribuem para formulação de projetos e políticas que visam a transformação social;
– A ampla interlocução entre coordenação e colegiado, especialmente no aprimoramento e qualificação das atividades e produções individuais e coletivas. A revisão e atualização permanente do seu escopo teórico.

b) Dimensões críticas ao PPGMC: docentes, discentes, egressos e técnico

Aqui,  é interessante avaliar como alguns tópicos aparecem em duas versões: como bem realizados e como oposto, isto é, apontam para fragilidades do Mídia e Cotidiano. Enfim, foram estas indicações:

– Ampliar a participação em editais de fomento;
– Ampliar, ainda mais, a produção bibliográfica qualificada, em especial publicação de livros autorais, com resultado de pesquisas completas;
– Mais professores em Pós-Doutoramento, de preferência, sendo realizados no exterior do país para intensificar o processo de Internacionalização do Programa;
– Ampliar atuação em espaços de gestão acadêmica e de associações científicas, tais como dossiês de revistas externas, GTs e diretorias no Brasil e no exterior, estabelecendo convênios e parcerias com universidades e/ou outras instituições relevantes;
– Ampliar a infraestrutura do PPGMC, via laboratórios dos Grupos de Pesquisa;
– Divulgar, ainda mais, as pesquisas desenvolvidas no Programa, em especial, através de atuação maior nas redes sociais;
– Identificar espaços comuns de atuação em torno de campos do conhecimento, intercâmbios nacionais e internacionais que qualifiquem espaços e façam circular produções;
–  Criar instrumentos efetivos de verificação de impacto das pesquisas e atividades desenvolvidas pelo Programa, tanto nas dimensões culturais, sociais, educativa e de inovação;
– Estimular parceria com PPGs no Rio de Janeiro, de modo a ampliar a oferta de disciplinas optativas;
– Maior integração entre os docentes de cada Linha e entre as Linhas pois, como se viu com os dois projetos que foram contemplados pela FAPERJ, no Edital de Apoio a Grupos Emergentes, estas articulações garantem viabilidade de pesquisas que devem contribuir de forma mais qualificada para o desenvolvimento do conhecimento e de possibilidade de formulação de políticas públicas visando a transformação social;
–  Enfatizar sua atuação no campo da Comunicação, deixando mais claro que os diálogos que estabelece, especialmente com a Educação, não se configure atuação interdisciplinar situação que reverbera, em especial, nos seus processos seletivos recentes;
– Desenvolver mais atividades inovadoras na formação e ampliar a articulação com o Ensino Básico;
– Ampliação de participação de alguns docentes nas atividades da área;
– Maior valorizar a atuação dos Grupos de Pesquisa – interna e externamente;
– Discutir, mais intensamente, o perfil docente e discente desejado.
–  Ampliar a quantidade de bolsas disponíveis para o Metrado e Doutorado;
– Apoiar financeiramente a participação de docentes e discentes em eventos acadêmicos, especialmente os realizados no Exterior;
–  Contratar serviços profissionais, como, por exemplo, revisão e tradução para a Revista Mídia e Cotidiano;
– Ampliar ainda mais o acervo bibliográfico do PPGMC, em especial, com obras recentes em Língua Estrangeira